sábado, 27 de novembro de 2010

Histologia animal

Tecidos são conjuntos de células que atuam de maneira integrada, desempenhando determinadas funções. Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mais que juntas colaboram na realização de uma função geral maior.
O ramo da Biologia que estuda os tecidos e as células que os formam é a Histologia ( histo = tecido; logia = estudo).
Os tecidos animais podem ser classificados em quatro tipos principais:

Tecidos Epiteliais;
Tecidos conjuntivos;
Tecidos musculares;
Tecido Nervoso;

Tecidos Epiteliai

Os tecidos epiteliais ou epitélios, são formas por células justaposta, firmemente unidas entre si, com pouca substâncias entre elas (substâncias intercelular).
Podem ser organizados de um dos três folhetos germinativos do embrião:
do ectoderma originam-se, por exemplo, a epiderme e os epitélios do nariz, da boca e do ânus;
do mesoderma origina-se o endotélio, epitélio que reveste os vasos sanguíneos;
do endoderma originam-se, por exemplo, os epitélios que revestem o tubo digestório (exceto a boca e o ânus) e a árvore respiratória.
Entre o tecido conjuntivo e as células epiteliais existe uma estrutura chamada lâmina basal, produzida pelas células epiteliais e constituídas principalmente de colágeno associado a glicoproteínas.
No tecido conjuntivo, logo abaixo da lâmina basal, pode ocorre um acúmulo de fibras reticulares, formando, juntamente com a lâmina, a membrana basal.
Não há vaso sanguíneos nos tecidos epiteliais. Assim, o oxigênios e os nutrientes chegam as células desse tecido por difusão, uma vez que essas substancias saem de capilares localizados no tecido conjuntivo subjacente aos epitélios.

Especializações da células epiteliais

As células epiteliais apresentam dois pólos: um voltado para uma superfície livre ( pólo apical ) e outro voltado para o tecido conjuntivo ( pólo basal ).
No pólo apical de certas células epiteliais podem existis diferenciações relacionadas à função que os epitélios desempenham. As principais diferenciações são os cílios e os microvilos ( ou microvilosidade ).
Os epitélios que apresentam células ciliadas são genericamente chamados epitélios ciliados. Esse tipo de epitélio é encontrado, por exemplo, na traquéia, onde o batimento ciliar desloca para o exterior do corpo muco com bactérias e partículas de poeira que aderiram a ele.
Os microvilos são projeções da superfície da célula em forma de dedos de luva, o que amenta a área superficial da célula e, consequentemente, sua área de absorção.
As principais estruturas de adesão são: zônula de oclusão, zônula de adesão, desmossomos e junções do tipo gap (nexos).
Na zônula de oclusão há junção entre as camadas mais externas da membrana plasmática de células adjacentes, estabelecendo uma barreira à entrada de macromoléculas no espaço entre células vizinhas. Dessa forma, as macromoléculas só podem penetrar passando pelo interior das células, o que possibilita o controle do que entra nas diferentes estruturas revestidas por epitélios.
Na zônula de adesão, células vizinhas estão firmemente unidas por uma substância intercelular adesiva, maus suas membranas plasmáticas não chegam a se tocar. Na face citoplasmática dessas membranas existe acúmulo de material denso, no qual se inserem microfilamentos de actina, conferindo maior resistência a essa região.

Classificações dos tecidos epiteliais

Com base em sua estrutura e em sua função, os tecidos epiteliais podem ser classificados em dois grandes grupos: os de revestimento e os glandulares.

Tecidos epiteliais de revestimento

Os tecidos epiteliais de revestimento podem ser classificados quanto:
ao numero de camadas celulares:
- simples: uma só camada de células;
- estratificado: Várias camadas de células;
- pseudo-estratificado: uma camada de células com núcleos em alturas distintas, dando a falsa impressão de ser formado por mais de uma camada;
à forma das células presentes na camada superficial:
pavimentoso: sua células são achatadas;
cúbico: formado por células cúbicas;
prismático: suas células são altas, em forma de prisma.

Tecido epitelial glandular

As células do tecido epitelial glandular produzem substâncias chamadas secreções, que podem ser utilizadas em outras partes do corpo ou eliminadas do organismo. Essas secreções podem ser mucosas, quando espessas e ricas em muco, ou serosas, quando fluidas e ricas em proteínas. Podem também ser mista, quando ocorrem secreções mucosas e serosas juntas.
As glândulas podem se unicelulares, como a glândula caliciforme (que ocorre, por exemplo, no epitélio), ou multicelulares, como a maioria das glândulas.
Há três tipos de glândulas multicelular:
Glândulas exócrinas: apresentam a porção secretora associada a dutos que lançam suas secreções para fora do corpo ( como as glândulas sudoríparas, lacrimais. Mamárias e sebáceas) ou para o interior de cavidades do corpo (como as glândulas salivares);
Glândulas endócrinas: não apresentam dutos as associados à porção secretora. As secreções são denominados hormônios e lançadas diretamente nos vasos sanguíneos ou linfáticos. Exemplo: hipófise, glândula tireóidea, glândula paratireóideas e glândulas adrenais;
Glândula mista: apresentam regiões endócrinas e exócrinas ao mesmo tempo. É o caso doo pâncreas, cuja porção exócrina secreta enzimas digestivas que são lançadas no duodeno, enquanto a porção endócrina é responsável pela secreção dos hormônios insulina e glucagon.

Tecidos conjuntivos

Os tecidos conjuntivos têm origem mesodérmica. Caracterizam-se morfologicamente por apresentarem diversos tipos de células imersas em grande quantidade de material extracelular ou matriz, que é sintetizado pelas próprias células do tecido.
A substância extracelular é constituída por uma parte não-estruturada, chamada substância fundamental amorfa (SFA) ou simplesmente substância fundamental, e uma parte fibrosa, de natureza protéica, que são as fibras do conjuntivo.
Os diferentes tipos de tecidos conjuntivo estão amplamente distribuídos pelo corpo, podendo desempenhar funções de preenchimento de espaço entre órgão, função de sustentação, função de defesa e função de nutrição.
Os principais tipos de tecidos conjuntivos são: frouxo, denso, adiposo, reticular, ou hemocitopoético, cartilaginoso e ósseo.

Tecido conjuntivo frouxo

O tecido conjuntivo frouxo preenche espaços não-ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolvendo nervos, músculos e vasos sanguíneos e linfáticos.
É o tecido de maior distribuição no corpo humano. Sua substância fundamental é viscosa e muito hidratada. Essas viscosidade representa, de certa forma, uma barreira contra a penetração de elementos estranhos no tecido.
As fibras desse tecido estão frouxamente unidas entre si e podem ser de três tipos: elásticas, reticulares e colágenas.
As fibras elásticas são formadas por proteínas fibrosas associadas à elastina e recebem esse nome em função de sua boa elasticidade.
As fibras colágenas são formadas pela proteína filamentosa colágeno e são muito resistentes à tração.
As fibras reticulares também são formadas por colágeno, mas são mais finas e podem se ramificar.

Tecido conjuntivo denso

No tecido conjuntivo denso há predomínio de fibroblastos e de fibras colágenas. Dependo do modo de organização dessas fibras, esse tecido pode ser classificado em:
Não-modelado: formado por fibras colágenas dispostas em feixes que não apresentam orientação fixa; um exemplo é a derme, tecido conjuntivo da pele;
Modelado: formado por fibras colágenas dispostas em feixes com orientação fixa, dando ao tecido características de maior resistência à tensão do que a dos tecidos não-modelados e frouxo;

Tecido conjuntivo adiposo

Nesse tecido a substância intercelular é reduzida e as células, ricas em lipídios, são denominadas célula adiposas. Ocorre principalmente sob a pele, exercendo funções de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos e isolamento térmico. Ocorre também ao redor de alguns órgãos como os rins e o coração.

Tecido conjuntivo reticular

O tecido conjuntivo reticular é constituído por fibras e células reticulares.
O tecido reticular pode ser encontrado nos órgãos que têm função hemocitopoética ( que forma as células do sangue),representados pela medula óssea vermelha onde recebe o nome de tecido mielóide, e órgãos linfáticos, que são as tonsilas (amígdalas), o timo, o baço e os linfonodos (gânglios linfáticos), onde recebe o nome de tecido linfóide.

Tecido conjuntivo cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, apresenta consistência firme, mais não é rígido como o tecido ósseo. Tem função de sustentação, reveste superfícies articulares facilitando os movimentos e é fundamental para o crescimento de ossos longos.
Nas Cartilagem não há nervosos nem vasos sanguíneos do tecido conjuntivo adjacente.
As fibras presentes nesse tecido são as colágenas e as reticulares.

Tecido conjuntivo ósseo

O tecido ósseo tem função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados.
É um tecido rígido graças à presença de substância fundamental rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem certa flexibilidade ao osso.
Os principais tipos celulares encontrados nesse tecido são os osteoblastos, que produzem a matriz, os osteócitos, que ficam em lacunas na matriz e possuem baixa atividade metabólica, e os osteoclastos, células multinucleadas que participam reabsorção óssea.
O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que podem ser de dois tipos: amarela, constituídas por tecidos adiposo, e vermelha, formadora de células do sangue.

Tecido musculares

Os tecidos musculares são de origem mesodérmica e relacionam-se com a locomoção e outros movimentos de corpo, como a contração dos órgãos do tudo digestório, do coração e das artérias.
As células dos tecidos musculares são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos. São ricas em dois tipos de filamento protéico: os de actina e os de miosina, responsável pela grande capacidade de contração e distensão dessas células.

Tecido esquelético

É formado por miócitos multinucleados, que possuem, além das estrias longitudinais, estrias transversais, devido à disposição dos filamentos dá a esse tipo de tecido muscular o nome de estriado. Esse tipo de tecido ocorre nos músculos esqueléticos, que são os que apresentam contração voluntárias( que depende da vontade do indivíduo).
A célula muscular estriada apresenta miofibrilas dispostas longitudinalmente no interior da célula . Cada miofibrila corresponde a um conjunto de dois tipos principais de miofilamentos: os de miosina, espessos, e os de actina, finos.

Tecido cardíaco

Apresenta miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. Esse tecido ocorre apenas no coração e apresenta contração independente da vontade do individuo (contração involuntária). No músculo cardíaco essa contração é vigorosa e rítmica.
Essas células musculares são menores e ramificadas, intimamente unidas entre si por estruturas especializadas e típicas da musculatura cardíaca: os discos intercalares. Neles existem estruturas de adesão entre células que as mantêm unidas mesmo durante o vigoroso processo de contração da musculatura cardíaca. Existem também canais de passagem de água e íons entre as células, o que facilita a difusão do sinal iônico de uma célula para outra, determinando uma onda rítmica de contração das células.

Tecido liso ou não-estriado

Apresenta miócitos mononucleados e somente com estrias longitudinais, motivo pelo qual são chamados miócitos lisos. Nessas células a contração é involuntária e lenta. Ocorre nas artérias, sendo responsável por sua contração; ocorre também no esôfago, no estômago e nos intestinos, sendo responsável pelo peristaltismo (ou peristalse) nesses órgãos. Os movimentos peristálticos são contrações em ondas que deslocam o material alimentar dentro desses órgãos do sistema digestório.

Tecido nervoso

O tecido nervoso tem origem ectodérmica e forma um dos sistemas responsáveis pela coordenação das funções dos diferentes órgãos: o sistema nervoso ou sistema neural.
No tecido nervoso a substância intercelular praticamente não existe. Os principais componentes celulares são os neurônios e as células da glia.
As células da glia ou neuróglia são vários tipos celulares relacionados coma sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de mielina e com a fagocitose.
Os neurônios, ou células nervosas, têm a propriedade de receber e transmitir estímulos nervosos, permitindo ao organismo responder alteração do meio. São células formadas por um corpo celular ou pericário, de onde partem dois tipos de prolongamento: dendritos e axônio.
Os dendritos são prolongamentos ramificados da célula especializados em receber estímulos, que também podem se recebidos pelo corpo celular.
O axônio é uma expansão celular fina, alongada e diâmetro constante, com ramificações em sua porção fina.